Ida e volta

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William Hook @ Unsplash

Em 2016, mudei-me para o Reino Unido para trabalhar como professora universitária. Soube, desde o início, que esta seria uma viagem de ida e volta, não sabendo ao certo quando seria essa volta. Fui com um miúdo de 2 anos e 3 meses.

Num domingo despedimo-nos de amigos e família, da casa, da cultura, dos hábitos e do conhecido e, na segunda-feira seguinte dissemos olá à nova vida, a uma nova casa (ainda por mobilar), a uma nova cidade onde não conhecíamos ninguém e a uma nova cultura e hábitos. Foi com o coração aberto, a mente cheia de sonhos e a alma plena de esperança e optimismo que nos “atirámos às feras”, cada um à sua maneira.

Numa sexta-feira, o míudo, com dois anos, despedia-se dos amigos na escola de Coimbra, na terça-feira seguinte estava a conhecer uma escola nova em Northampton onde nada nem ninguém era familiar e onde não entendia uma palavra do que lhe diziam e ninguém entendia uma palavra do que ele dizia.

Quase dois anos depois comprámos o bilhete de regresso. Porque fez todo o sentido ir então e faz todo o sentido regressar agora. O balanço destes tempos é muito difícil de fazer, mas uma coisa é certa: valeram a pena! Aprendemos muito, cada um à sua maneira. Fizemos amizades que nos marcarão para a vida, cada um à sua maneira. Sofremos também com saudades, exaustão, choques culturais e tantas outras coisas que fazem parte duma aventura destas.

Emigrar ensinou-nos muitíssimo. Não mudava uma vírgula a estes tempos. Porque fizeram de nós quem somos e só nos podemos orgulhar disso. Agora é tempo de nos aventurarmos numa nova vida, de regresso a casa. Nova vida porque, apesar das pessoas, lugares e hábitos serem os mesmos, nós não. E isso faz toda a diferença!

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